Idanha-a-Velha - fora do tempo
As antigas muralhas (século III / IV d.c) envolvem a aldeia. A recente intervenção, assinalou alguns dos torreões outrora existentes:
Porta norte
Porta sul
Poterna, para uso de peões
↑ A ponte [de origem] romana. Idanha (então Egitânia) situava-se na estrada que levava de Mérida a Braga ↓
Igreja de Santa Maria (durante muito tempo conhecida como 'catedral'). Objecto de sucessivas campanhas arqueológicas (produzindo leituras diversas, por vezes contraditórias), o edifício terá tido intervenções nas épocas visigótica, moçárabe, medieval e por fim renascentista:
Fresco, representando S. Bartolomeu, com o diabo agrilhoado aos pés
Capela de N. Sra. do Rosário - delicioso esgrafito, no qual entram anjos e dragões
Fresco representando o calvário
Ruínas do paço episcopal (remontando à época visigótica), em frente da Igreja de Santa Maria
D. Sancho II doou a povoação aos Templários. A eles se deve a construção do 'castelo', edificado no local do antigo forum romano:
↑ Antiga Casa da Câmara Municipal (seiscentista) ↓
Embora no edifício actualmente esteja instalado um centro de convívio comunitário, a janela do piso térreo mantém as grades, lembrando a antiga função de prisão. No pelourinho, que lhe fica fronteiro, ainda se vêem restos das correntes que a ele prendiam os condenados
Igreja da Misericórdia, actualmente a igreja matriz de Idanha-a-Velha
↑ Porta da igreja matriz e pormenor da cruz de tau nela representado ↓
↑ Capela do Espírito Santo (século XVII) ↓
Capela de S. Sebastião (século XVII), antigo "Museu [privado] Lapidar Igeditano". O museu foi da iniciativa de António Marrocos, personalidade dominante na localidade entre o fim do século XIX e a primeira metade do século XX.
No pátio de um lagar do século XIX (que trabalhou até meados do século XX), que foi igualmente pertença da família Marrocos, foi recentemente construído o Arquivo Epigráfico
Selecção de lápides em exposição no Arquivo Epigráfico
A igreja de Santa Maria, espreitando, no edifício do Arquivo Epigráfico
A recente intervenção em Idanha recuperou também o lagar
↑ Pátio do lagar ↓
Exterior do lagar
Interior do lagar:
"Na primeira divisão localiza-se, ao centro, o pio. Trata-se de um tanque onde giram três galgas de granito, dispostas verticalmente. Um bloco de granito, ao centro, o poiso, fixa um eixo de ferro, o veio, que liga as mós à almanjarra onde estava atrelada a parelha de bois que accionava o engenho. Em torno deste, dispõem-se as tulhas. [...] A azeitona moída, a massa, era levada até à sala seguinte...
"...por uma porta que se abre para uma plataforma elevada, a bancada. Aqui estão duas prensas de vara, que efectuam a espremedura da massa. As varas são grossos troncos de árvores, ainda com a raizeira, e que estão presas à parede do fundo, reforçada, em precisos encaixes, e amparadas por uma estrutura de madeira, as virgens. As prensas, semelhantes e simétricas, organizam o espaço em duas áreas iguais: entre elas está a fornalha, que dispõe de uma grande caldeira de cobre. Na bancada, procedia-se ao enchimento das seiras e ao seu caldeamento. Depois eram colocadas sobre o alguergue, o sítio próprio para a espremedura, e cumuladas com a adufa, que impede a massa de transbordar, e com os malhais que recebiam a força compressora da vara. O azeite, as águas de vegetação e as águas das caldas, o azenegre, eram recolhidos no contorno do alguergue e levadas às câmaras de decantação, as tarefas, escavadas em blocos de granito no rebordo da plataforma. No plano mais baixo da sala, pousam os pesos que seguram os fusos. Sob o pavimento de lajes de granito correm os canais de escoamento do azenegre que o mestre lagareiro deixava vazar do fundo da tarefa mestra, controlando a válvula de um sifão, após prévia separação e condução do azeite, que por mais leve sobrenada, para outra câmara. A um canto do pavimento está escavado um pequeno tanque, o inferno, que recebia aquele líquido. Este dispunha também de um sifão; aqui ocorrendo o derradeiro aproveitamento do óleo não decantado anteriormente. O produto residual da prensagem, o bagaço, era depositado em dois fundos reservatórios num anexo lateral, a bagaceira. Aqui era disposto em camadas e curtido com um pouco de sal; servia depois para alimento de porcos. Junto ao corredor passa o alvanel que despejava o azenegre na rua." (*)
↑ Antigos palheiros ↓
Antigos palheiros
Poldras, no rio Pônsul
Os excursionistas, no Largo da Amoreira, com muito chão e pouca árvore
(*) A aldeia histórica de Idanha-a-Velha : guia para uma visita / José Cristóvão. 2a ed.rev. Idanha-a-Velha : Câmara Municipal, 2008
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