quarta-feira, 25 de julho de 2018

Évora, 18 Abril 2018 - Conventinho do Bom Jesus da Mitra

O Conventinho do Bom Jesus da Mitra, já meu conhecido, fez o pendant posperândico com as matutinas Casas Pintadas.

A mesma senhora - a responsável por este pólo da Universidade Évora - que já conhecia da outra visita, fez as honras da casa, desta vez durante muito mais tempo, aproveitando o(s) ombro(s) amigo(s) para desabafar mágoas  e frustrações.

A pobre coitada - como eu a entendo ! - , engenheira silvicultora de profissão, tem que se haver com a gestão dos mais desvairados assuntos, desde a produção agrícola à conservação e restauro do património, manutenção das instalações, etc, etc.

De todas as mazelas vai informando, das muitas necessidades vai dando conta, mas os superiores a quem reporta - eventualmente porque desprovidos de recursos - a nada dão despacho. E a degradação vai ganhando terreno.

Mesmo assim, foi com entusiasmo que nos mostrou as muitas jóias existentes na propriedade.

Esta teve origem na Quinta do Paço de Valverde, pertencente ao episcopado de Évora e destinada ao repouso e lazer dos clérigos da diocese. Em momento posterior, fundou o Cardeal D. Henrique um convento para frades capuchos.

Começámos pela capela do Convento, obra atribuída a um dos membros da família Arruda, o de nome Miguel - "tempietto italianizante, [...] revelador da influência dos modelos de Sebastião Serlio ou Francesco Giorgio Martini", diz quem sabe.

Fonte
 




Algumas das portas da Capela, a precisarem restauro, encostadas à parede

Belas imagens policromadas, no interior da Capela

O minúsculo claustro do Conventinho
Azulejos do tipo "corda seca", numa dependência anexa ao claustro
Na cerca do convento foi posteriormente (segunda metade do século XVII) construído o (belíssimo) Jardim de Jericó - ou "lago dos cardeais".








Disseminadas pela propriedade, existem várias outras pequenas capelas:

Capela de S. João Baptista

Capela de S. Teotónio
 Capela das Penhas:


 


Antigo lago no recinto do Convento

Évora, 18 Abril 2018 - as Casas Pintadas


Foi mais uma passeata inspirada num episódio da  ”Visita Guiada” da Paula Moura Pinheiro. Insisto em dizer que a jornalista devia ser condecorada pelo Turismo de Portugal. Mas, até agora, não me consta…
Em primeiro lugar, no programa do dia, estavam as “Casas Pintadas”, na Fundação Eugénio de Almeida.
Atempadamente, tínhamos pedido uma visita guiada. Mas sucede que a data que escolhêramos caía no dia dos Monumentos e Sítios… Levámos uma nega! En tout cas, diz que podíamos fazer a visita por nós próprios. (Gran cosa…)
Ora se há coisas difíceis de interpretar pelo comum dos mortais, os frescos das “Casas Pintadas” estão na primeira fila! O remédio foi um voo razante à Biblioteca de Marvila, único sítio onde encontrei disponível a tese de pós-doutoramento “As casas pintadas de Évora”, uma edição da Fundação. (*)
Depois, under stress, foi baralhar e tornar a dar, isto é digitalizar alguns textos do livro, integrá-los com outra informação já recolhida em outras fontes e imprimir o conjunto, para distribuir aos meus companheiros de viagem.


O que nós nos divertimos, lendo à vez, em voz alta,  a dita prosa, enquanto observávamos as pinturas das casas!


"As Casas Pintadas devem o seu nome ao singular conjunto de frescos quinhentistas que decora a galeria e o oratório anexo integrados no jardim. Estão classificadas como Imóvel de Interesse Público desde 1950. 
À época da execução dos frescos, as Casas Pintadas pertenciam a D. Francisco da Silveira, 3º Coudel-mor de D. Manuel I e de D. João III e um poeta de referência no Cancioneiro Geral. 
Em finais do século XVI, as Casas Pintadas foram anexadas ao Palácio da Inquisição para servir de moradia aos juízes do Santo Ofício.  [...]
No início da década de sessenta do século XX, Vasco Maria Eugénio de Almeida, Instituidor da Fundação, adquiriu o imóvel que adaptou e cedeu para residência da Companhia de Jesus em Évora. Os sacerdotes jesuítas foram responsáveis pela coordenação científica do ISESE (Instituto Superior Económico e Social de Évora), criado em 1964, que funcionava no contíguo Palácio da Inquisição, já então propriedade da Fundação e que acolhe hoje o Fórum Eugénio de Almeida.  

As decorações da galeria do jardim são das mais interessantes manifestações artísticas do género existentes em Portugal e um exemplar único da pintura mural palaciana da primeira metade do século XVI.
Em 2008, a Fundação levou a cabo um projecto de valorização e requalificação do jardim das Casas Pintadas e, em 2011, o conjunto fresquista foi objecto de estudo e de uma intervenção de consolidação e restauro."
[http://www.fea.pt/3601-as-casas-pintadas ]

"As Casas Pintadas foram durante longo tempo consideradas morada de Vasco da Gama em Évora. O navegador terá de facto vivido no aglomerado de casario ao qual pertence, entre outros edifícios, este das paredes pintadas, em casas cujas frontarias ostentavam pinturas murais que deram o nome à rua, antiga Rua das Casas Pintadas, topónimo hoje - e pela mesma ordem de razões - modificado para Rua de Vasco da Gama. No entanto, quanto ao claustrim, alguns autores parecem ter razões para recusar a sua posse, e logo a encomenda das pinturas, a esta figura."
[http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74004/ ]



Imagens do primeiro painel:




"No primeiro painel do lado Sul, encontra-se a representação  mais directamente liqada a um conhecido  tema amoroso, o combate  da garça e do falcão. Ao centro  da composição  domina, numa pose quase heráldica, uma garca-real,  vista frontalmente,  de patas afastadas e asas abertas.
A garça, e nomeadamente  a garca-real,  era, durante  a ldade Média  e o seculo XVl, um dos genéros de caça mais apreciados, sobretudo através da utilização  de falcões especialmente treinados  para o efeito - os falcões garceiros. O tema aparece aliás na parte superior  do  painel, onde uma garça luta com três falcões [...].
Como em muitos outros casos, o combate é a forma alegórica por excelência para caracterizar o duelo amoroso e é talvez essencialmente neste sentido que o tema se difunde nos ambientes de corte, cenários naturais do namoro nobre."  (*)

Imagens do segundo painel:





"No segundo tramo, danificado pela abertura da porta agora tapada,  vemos centralmente um par de sereias, mas também outros motivos que podemos  reconhecer  na cultura da época. Desconhecendo, pois, o motivo central da composição,  podemos  ver à esquerda uma harpia, com corpo de ave e cauda de pavão, patas de rapina e rosto de mulher,  belos cabelos louros, ondulando  sobre o dorso. Acima dela situam-se um estranho coelho malhado, um outro castanho erguido  sobre as patas traseiras, um mocho ou coruja e um pato, em voo, de asas abertas.

Do outro lado  da composição vemos  uma sereia, com longa  cauda de peixe, corpo  de mulher de longos  cabelos  louros. O seu braço direito foi afectado pela abertura da porta, mas,  na outra mão, segura um pente.  Logo acima situa-se uma coruja que parece ser atacada por um bando de pássaros, provavelmente tordos, e, no topo, um grande falcão, em voo de caça, parece  perseguir  o pato que se vê, ao mesmo nível, do lado esquerdo da cena.

A posição  da sereia,  tal como a da harpia, é voltada para o centro e parece mesmo  verificar-se uma certa simetria na composição,  sustentada  quer por esta simetria, quer pelas duas corujas, de um e outro lado da cena.

Faltando, como repetimos,  o centro da composição, as principais  personagens  que nos surgem neste tramo são as sereias.  Podemos individualizar a personagem do corpo de pássaro como uma harpia,  de cunho essencialmente  negativo,  Iigada  desgraça  e aos pesadelos, mas  verdade  é que as sereias  tanto podem ter o corpo de peixe,  como de pássaro,  como mesmo  de cavalo. […]

Os aspectos da beleza,  do canto  e da música que fazem das sereias (pássaros ou peixes) elementos básicos do simbolismo da sedução mortal, são os elementos fundamentais que caracterizam estes seres híbridos no imaginário popular em qualquer época. […]

Qualquer que fosse a sua figuração, o seu sentido era um só - o da ligação da beleza  e dos prazeres à possibilidade  de perdição [...].

De facto, o carácter moralizante da sereia como elemento da perdição  levou  a confundir-se  o seu significado  não só com a perdição  amorosa, mas com todo o tipo de perigos  que a alma humana podia encontrar. […]

A sereia das Casas pintadas ostenta como  atributo um pente e provavelmente teria na outra mão um espelho, instrumentos da vaidade, que levam à perdição  e que vemos frequentemente  associados às sereias. . […] No entanto, a maioria dos moralistas dava  à sedução da sereia não só um sentido  de perdição  pelo amor mas, de uma forma mais geral,  de todo o engano do mundo. […]

Sem dúvida que, neste  segundo tramo da galeria, a presença das sereias  pode e deve  ter a ver com a ideia  de engano amoroso  e da falsidade e perdição  que a ele pode estar associado. Esta leitura permite uma continuidade  e uma oposição ao tramo anterior, onde eram tratados os perigos do amor puro simbolizado  na figura  da garça. A ideia  de duplicidade,  que encontrávamos  no tramo anterior  anterior  exposta  pela pega,  encontramo-la aqui quase na mesma posição  relativa com um coelho  malhado, mistura que surge por vezes dos híbridos entre coelhos mansos  e selvagens,  e que a alternância  de cor simboliza, tal como  a pega, a noção do engano e da duplicidade, reforçando assim os atributos da sereia. Acima das sereias vemos uma cena  em que um falcão, ou uma águia, aparece voando  em perseguição  de um pato. […]

Do outro lado encontramos a coruja a ser atacada por outros pássaros. A cena não é incomum na arte europeia e aparece de uma  forma destacada numa célebre gravura, baseada num desenho de Jeronimo  Bosch,  que representa o tema da Nave dos Loucos. No canto superior direito, uma coruja é atacada  por um bando de tordos. É costume destes animais defenderem-se defecando em cima dos seus inimigos, o que, por características das suas fezes, lhes pode causar a morte. Sendo a coruja o animal de Atena e tomado por isso como símbolo da sabedoria, a cena inscrita na nave dos loucos é tomada como um símbolo do aviltamento a que a sabedoria  está  sujeita por parte  dos ignorantes."
(*)


Imagens do terceiro painel:



"O tramo seguinte, central  da composição, é também  o mais complexo do ponto de vista da composição e o mais movimentado, mostrando figuras de um colorido intenso  e de um  grafismo extremamente atraente e conseguido, como por exemplo,  os dois galos de briga em primeiro plano ao centro. Este combate dos galos  - quando visto em conjunto com a pequena  perdiz  ao lado - pode bem reportar-se à fábula  50 de Esopo, intitulada precisamente “A Perdiz e os Galos". […]

Não tanto o motivo da crueldade,  mas o carácter quezilento e agressivo  dos galos, capazes de lutar até à morte,  torna-os símbolos  da fogosidade agressiva e são muitas  vezes ligados à luxúria extrema. […]

Uma outra característica  interessante  e que pode ter alguma relação com as pinturas é a ligação do veado  com a música,  já que a cena do veado aparece próxima a outra em que um pastor encanta lebres e perdizes  com a música de uma gaita-de-foles. […]

A raposa aparece em duas situações distintas. É o mais divulgado símbolo da actividade sexual e da astúcia. O seu nome designa, nas mulheres, as prostitutas, e, nos homens, os matreiros. […] É por isso o símbolo do homem hipócrita ou dissimulado. […]
Dispersas mais ou menos por toda a cena e prolongando-se mesmo para outros tramos estão as lebres e as perdizes, animais vulgares na região, a caça mais banal, mas nem por isso menos  dotada de um simbolismo  extenso  e por vezes contraditório. As lebres estão por todo o lado, mas a cena em que parecem  ter uma intenção fundamental é aquela em que assistem a um concerto de gaita-de-foles dado por um pastor. […] O "concerto das lebres", dado o carácter esquivo destes animais, é ao mesmo tempo uma prova do encantamento  da música, mas também  uma situação burlesca  que não deixaria de se tornar  risível para o espectador. A lebre é o símbolo da luxúria, mas também da fecundidade. […]

A perdiz tem evidentes pontos  de contacto com a simbologia  da lebre e, como ela, é o mais comum animal das pinturas. Aparecem especialmente no tramo central e tal como outros   animais deste tramo - o veado e a lebre -, o seu sentido fundamental é o da luxúria. […]
Imagens do quarto painel:



"Ao contrário do que observamos  até aqui, o último tramo  introduz na discursividade do programa um conjunto de animais fantásticos. Ao centro, uma  hidra de sete cabeças  domina  a composição, sendo  rodeada  de vários animais  - um cisne, um lagarto,  um grifo,  um leão, um pequeno dragão, uma pantera  e um pavão  de cauda  aberta.  Todos eles, à excepção deste último,  se encontram em directa relação com a hidra central.  Ao contrário, o pavão, volta-se directamente  para o espectador,  e parece fazer grupo com uma pavoa que aparece  mais à esquerda  na cena, já próxima do tramo anterior.
Apesar da figuração mais comum da hidra na iconografia  cristã  se relacionar  com a besta apocalíptica,  a hidra está ligada  inicialmente aos Trabalhos de Hércules,  que a venceu. A hidra, com as suas múltiplas cabeças, que se multiplicam quando são cortadas,  representa  a multiplicidade dos vícios, sobre  os quais se obtêm  apenas vitórias passageiras, retornando  logo de seguida, como as cabeças  cortadas da hidra.  [...]
A circularidade da composição,  como alegórica forma de uma roda da fortuna incessantemente cíclica, define o quadro de apresentação  de uma Psicomaquia em que aos vícios concentrados na figura da hidra se opõe  um bestiário  de virtudes, personificadas  por animais provavelmente  investidos  de um significado de tipo "solar" ou mesmo  cristológico [...].
Mesmo os seres rastejantes  - o lagarto e o pequeno dragão - podem deter aqui uma carga positivamente virtuosa,  designando a Vigilância  e a prudência, a Força  Moral  (“fortitudo”)  e o Ardor,  com que são geralmente investidos na heráldica nobiliária os quatro animais nos vértices das diagonais  do painel - cisne, leão,  pantera, grifo - são de diferentes modos emblemas  da força e do amor divinos, animais psicagogos que podem conduzir aos céus as almas virtuosas,  impregnadas pelo amor ideal e puro como a brancura  do cisne, perfumadas como o irresistível odor da pantera  que, como Cristo, atrai todos os animais afastando  a satânica  serpe, fortes e vigilantes  como o leão que dorme de olhos abertos guardando as portas dos templos, sábias e poderosas  como o grifo que reúne na sua configuração híbrida  a dupla natureza  da águia e do Ieão. O pavão  parece no entanto estar algo  alheado deste  combate. EIe abre majestosamente a cauda de mil olhos perante a fêmea a que faz a corte nupcial, exibindo  as belas  penas  que perdera no inverno e que renascem na primavera. […]
Apesar  de nos termos focado  num mais divulgado simbolismo destas figuras fantásticas,  convém recordar  que também  esses estranhos  seres  tiveram um simbolismo dentro  do discurso  amoroso codificado  do mundo tardo-medieval. […] A hidra, por exemplo, representa  o desbragado,  o homem que tem "muitas amigas” e com elas reparte  o seu poder, o que daria outra significação  ao conjunto." 
(*)

Imagens  do último painel


"O último painel do programa, de área mais reduzida que os anteriores, enquadra  a entrada do oratório, espaço  de práticas devocionais  e de recolhimento religioso. Cremos  que por essa diferenciação espacial e funcional certas figurações em torno da porta, a qual define uma fronteira com o profano mundo exterior, se apresentam e justificam principalmente como marcação  de um limiar do sagrado,  porém recorrendo ainda a imagens  do "bestiário" - pelicano,  falcão, basilisco - e sem patentes  descontinuidades com o essencial  do discurso  que as precede  e que temos vindo a tentar interpretar.
A imagem do falcão, à esquerda,  que prende nas garras  uma  lebre, preparando-se para a despedaçar, pode aliás  estabelecer  alguma correspondência com uma das componentes de exemplo e moralidade sugeridas  pelo painel anterior.  A lebre simboliza correntemente a lascívia,  o êxito predador do falcão podendo significar a vitória sobre a concupiscência, tema que não será alheio, como julgamos perceber, ao pavão  de cauda  aberta na composição precedente.  É de algum modo um comportamento pouco natural  nesta ave de rapina, mais dada à caça de voláteis, vendo-se por cima  dela, e acentuando a invulgaridade da cena, um pato que voa - e que porventura se salva, ao contrário  do que se sugere no tramo das sereias.   A estranha indiferença do falcão, ocupado aqui  em aniquilar desprezÍvel  presa, poderá assim deliberadamente concorrer para figurar mais a carga  simbólica  de uma acção que ilustrar  um aspecto das artes de altanaria.
A centralidade, neste sector, é porém conferida ao pelicano  que fere o peito, aspergindo com o seu próprio  sangue as crias no ninho, ressuscitando-as, como refere a fábula e a literatura cristã, ao fim de três dias. D. João II adoptou esta suprema imagem de caridade como seu emblema, mas não é por alusão ao monarca que o pelicano ali está. Ele é, acima de tudo, uma imagem eucarística e uma prefigura de Cristo na cruz, que também verteu o seu sangue pela salvação da humanidade. [...]
Esta específica imagem do pelicano crístico sobrevaloriza  o seu simbolismo cristão pela presença  do basilisco, à direita. Lendariamente nascido de um ovo de galo negro, trata-se de um hibrido que participa essencialmente da simbólica infernal  da serpente,  configurando-se ainda com asas de morcego,  cabeça  de ave e crista  de galo, esta entendida como coroamento  que o identifica como soberano  dos seres rastejantes  e ctónicos, símbolos  arquetipicos do Mal e do Diabo. O seu maior e mais temido  poder era o de aniquilar  as vítimas  pelo simples  olhar. E uma das mais correntes versões da história   do pelicano  sacrificial  diz-nos que a temporária  morte das suas  crias se ficou a dever aos venenosos  eflúvios do olhar do basilisco. A pintura consagra  assim,  ao mesmo  tempo  que figura o sujeito monstruoso do Mal, a vitória de Cristo, que purifica os humanos  filhos absolvendo-os com o seu próprio sangue.  A representação eucarística  do pelicano é, eloquentemente, a última imagem mental que o passante, ao longo do alpendre,  guardaria para si ao penetrar no oratório."
(*)

Na parte inferior da parede, sob as imagens principais, corre um friso de grotesco, de datação provavelmente posterior:




Imagens de carácter religioso no interior do oratório / capela...
S. Cristóvão - Pietá - Missa de S. Gregório
... convivem com outras de carácter profano, já que o friso de grotesco se estende até aqui.





(*) As casas pintadas em Évora / coord. geral Maria do Céu Ramos ; textos Alice Cotovio... [et al.] ; trad. Neda Bakhshandegi. - Évora : Fundação Eugénio de Almeida, 2014. - 117, [1] p. a 3 colns : il. ; 23 x 29 cm. - Ed. bilingue em português e inglês. - Contém bibliografia. - ISBN 975-972-8854-65-2


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