Quando comecei a pensar nele, a "Rota do Fresco" era promovida pelos municípios onde se localizam os respectivos monumentos - Alvito, Cuba, Portel, Viana do Alentejo e Vidigueira - reunidas na AMCAL, Associação dos Municípios do Alentejo Central. O suporte técnico era feito por uma estudiosa do assunto.
Posteriormente, a senhora decidiu constituir a sua própria empresa, continuando a dedicar-se ao tema.
Nós decidimos fazer o nosso próprio roteiro.
O que proporcionou uma fase de preparação muito movimentada... Enquanto os monumentos estão sob a alçada das Juntas de freguesias, das Misericórdias, a coisa vai. Quando a gestão é religiosa, o caldo entorna-se!... Há paróquias cujo telefone parece ser um segredo de Estado.
"Sumariamente, a razão do
Alentejo deter o maior núcleo de pintura mural a fresco do país.....
A pintura mural alentejana teve a sua origem em todo o tipo de encomendantes (nobres, confrarias / irmandades, Misericórdias, comissões fabriqueiras), e cobriu todo o território regional, existindo tanto em edifícios religiosos (ermidas, capelas, igrejas e mosteiros) como civis (palácios). O auge criativo da pintura mural alentejana centra-se no final da centúria quinhentista e primeira metade do século seguinte: ao longo do século XVII, enquanto crescia no resto do país a moda da talha, do azulejo e da pintura sobre tábua ou tela, que a pintura mural alentejana desenvolveu a sua função catequética com composições figurativas de larga escala. Recursos económicos insuficientes, impeditivos de chegar à boa pintura a óleo, têm sido apontados como causa para a diferenciação artística, ao nível da pintura mural, entre esta região e o resto do território nacional. Mas outras razões surgem de forma bem mais evidente...
A pintura mural alentejana teve a sua origem em todo o tipo de encomendantes (nobres, confrarias / irmandades, Misericórdias, comissões fabriqueiras), e cobriu todo o território regional, existindo tanto em edifícios religiosos (ermidas, capelas, igrejas e mosteiros) como civis (palácios). O auge criativo da pintura mural alentejana centra-se no final da centúria quinhentista e primeira metade do século seguinte: ao longo do século XVII, enquanto crescia no resto do país a moda da talha, do azulejo e da pintura sobre tábua ou tela, que a pintura mural alentejana desenvolveu a sua função catequética com composições figurativas de larga escala. Recursos económicos insuficientes, impeditivos de chegar à boa pintura a óleo, têm sido apontados como causa para a diferenciação artística, ao nível da pintura mural, entre esta região e o resto do território nacional. Mas outras razões surgem de forma bem mais evidente...
É o caso da tipologia das construções religiosas no Alentejo: maioritariamente ermidas ou capelas de uma só nave, com cobertura de pedra, e marcadas pela robustez e opacidade dos alçados (sustentados por contrafortes possibilitadores do lançamento das referidas abóbadas de alvenaria de tijolo) protectores das elevadas temperaturas exteriores. Ou seja, uma extensa superfície apta a ser decorada, a exiguidade do espaço convidando à pintura monumental.
A questão climatérica tem também sido utilizada como justificação para a predominância da pintura a fresco nesta região em detrimento de outras regiões do país. Contudo, esta será uma razão absolutamente secundária, prendendo-se a opção pela técnica da pintura a fresco muito mais com a abundância de cal que se verifica nesta região, bem como com a tradição do seu manejo do que propriamente com a boa conservação do fresco que o bom tempo asseguraria.
[...]
Outra particularidade do núcleo de pintura mural alentejano é a constatação deste ter chegado, em grande parte, até aos nossos dias. Esta situação deve-se essencialmente a três factores: em primeiro lugar, ao facto da maioria da pintura ter sido executada na técnica do fresco; por outro lado, à inexistência de recursos financeiros – cada vez mais evidente – que permitissem a alteração dos edifícios ou do seu interior; por fim, ao recurso à cal quando a pintura estava desgastada, permitindo assim a sua conservação e posterior resgate (se fosse caso disso) quase incólume. A desertificação crescente com o consequente esquecimento ao qual o património alentejano esteve votado ao longo de todo o século XX, determinaram também a quase inexistência de adulterações significativas neste acervo pictórico." [in http://www.rotadofresco.com/, os coloridos são meus].
VIDIGUEIRA
Ermida de Santa Clara
Capela de S. Brás (Vila de Frades)
S. Cucufate (Vila de Frades)
CUBA
Igreja de S. Luís (Faro do Alentejo)
(Atente-se nos pés destes sááántinhos: muitos têm pés com... seis dedos!)
A cereja no bolo foi, porém, a
Ermida de S. Neutel (Vila Nova da Baronia)
4 comentários:
Adorei o passeio cultural.O percurso foi lindo.Estou disposta a continuar por outros percursos.Bj
Tatino
Um dia ainda hei-de visitar Cuba a sério... (a nossa e a outra).
oi, acabei de ter a idéia de ditadura da cultura pra escrever um texto e procurei e achei esse blog, muito bom.
Cuba é meu sonho também.
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